Quinta da Regaleira – a magia e mistério do Monte da Lua
Palácios em filmes de contos de fadas e fantasia, sempre possuem construções e cenários misteriosos e enigmáticos, que remetem a vários estilos distintos e parecem possuir dezenas de significados ocultos. Talvez poucos palácios no mundo, sejam tão misteriosos e inexplicáveis em alguns aspectos, quanto a Quinta da Regaleira – um dos muitos palácios e mansões a se visitar em Sintra, região serrana vizinha à cidade de Lisboa.
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Construído no início do século XX, esse verdadeiro labirinto de mistérios foi apenas declarado imóvel de interesse público, após o ano 2000.
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A arquitetura e até mesmo o relevo, foram usados com maestria na Regaleira, de modo a criar elementos enigmáticos, com inspirações na Alquimia, nos Templários e na Ordem Rosa-Cruz.
Se não fosse extraordinariamente bonito e exótico, além de rico em termos de arquitetura e elementos, “louco” seria uma palavra bastante conservadora para designar a Quinta da Regaleira.
O Poço Iniciático
A Quinta com seus jardins e construções, chafarizes e outros elementos, são todos sensacionais. Mas talvez, nada seja mais emblemático na mistura de arquitetura da Regaleira, do que o chamado Poço Iniciático. Uma referência interessante antes de contar um pouco sobre o poço. Para quem assistiu “O Labirinto do Fauno”, o poço lembra muito aquele que é descrito no filme, através do qual a princesa passa deste para o seu mundo, e também o caminho pelo qual o fauno visita o mundo dos homens.
Voltando ao Poço Iniciático, prepare-se para a sensação que acabamos de descrever – você descerá 27 metros, em direção a um pequeno altar redondo no fundo do poço, por meio de uma escada em espiral cravada nas paredes laterais. Segundo consta, o poço teria sido utilizado em rituais de iniciação, entre eles rituais do Tarô.
A dica é tirar algumas fotos da entrada, mirando o fundo da estrutura, e depois de descer, captar as belas escadas e reentrâncias falsas nas paredes do poço, em contraste com a luz do sol. Há outro poço imperfeito nos jardins e lá, ao fundo, uma extensa rede de túneis percorre quase que simetricamente os passeios que correm pelos jardins, na superfície, simbolizando as trevas e a luz – sendo os poços e aberturas a viagem da escuridão até à iluminação.
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Ainda entre os caminhos subterrâneos e suas maravilhas, a dica é passar pela Gruta do Labirinto – não se trata, propriamente, de um labirinto, em seu grau de complexidade usual, mas sim uma alegoria. Os visitantes passam por sobre um lago, que fica abaixo do nível dos jardins, e em paredes laterais, grutas simbolizam o labirinto.
As águas esverdeadas do lago pelo musgo, que em tese levariam a uma imagem de desleixo, criam uma atmosfera misteriosa e única, assim como os vários reflexos e brilhos formados pelas recortadas paredes das grutas e a luz do sol.
O Patamar dos Deuses
Como não poderia deixar de ser em um lugar tão místico e alternativo, a Quinta da Regaleira abusa das imagens e referências a divindades pagãs. O caminho pelos jardins repletos de exóticas peças e imagens mágicas, passa por uma espécie de corredor, onde figuram nove estátuas bem esculpidas de deuses greco-romanos.
Pode parecer pouco, mas não é – o caminho formado pelas estátuas leva o visitante através de uma verdadeira viagem pelo panteão romano, quase como que em um ritual. As estátuas, em conjunto com a imagem do leão sobre um patamar, estariam relacionadas ao culto maçônico.
Os bosques e jardins da Regaleira, são outra atração à parte – os elementos e terraços são descobertos aos poucos pelos turistas: o Portal dos Guardiães, o Terraço dos Mundos Celestes – com uma grande torre que se ergue em uma das arestas do terraço, a Fonte dos Íbis, o Terraço das Quimeras, a Fonte da Abundância e muito mais.
A disposição de todos esses elementos em conjunção com o bosque, parece algo ao mesmo tempo caótico e completamente intencional, como se cada elemento tivesse de estar ali para que um significado final fosse desenhado.
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Um toque religioso
Em meio ao que parece uma celebração exótica e milionária ao paganismo, não foram esquecidos os símbolos cristãos, representados ali pela Capela da Santíssima Trindade. A capela é pequena, mas repleta de detalhes, possui um estilo gótico e remete à Ordem de Cristo, a herdeira da missão dos cavaleiros templários.
Mas os idealizadores da Quinta da Regaleira, construída pelo milionário luso-brasileiro António Augusto Carvalho Monteiro, ainda antes da Primeira Guerra Mundial, inseriram na capela alguns misteriosos símbolos e ícones místicos, como o emblema maçônico do “Delta Radiante”, imagens de harpias e também um entalhe do “Atanor”, o forno alquímico que possibilita a transmutação.
O interior da capela, ao contrário da variedade e do misticismo do exterior, lembra uma bonita igrejinha católica, embora desenhos no piso, também ilustrem o globo celeste e pentagramas.
A Torre da Regaleira
Finalmente, em um patamar próximo à capela, ergue-se a imponente e requintada Torre da Regaleira. A torre é um dos pontos altos da visita à Quinta – subindo até seu topo, o visitante pode não apenas ver claramente as belezas da Quinta, mas também outros dos principais pontos turísticos de Sintra, no alto das montanhas.
O local, possui uma visão privilegiada do exótico Palácio da Pena e também o poderoso forte nas montanhas, conhecido hoje como o Castelo dos Mouros.
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Como ir de Lisboa à Quinta da Regaleira
A Quinta da Regaleira está localizada em Sintra, a 30 km de Lisboa. A ligação de trem de Lisboa – Sintra, parte da Estação Ferroviária do Rossio, localizada no centro da cidade bem próximo da baixa – principal zona turística da capital.
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Um bilhete único custa por volta de 3€ (ida), já a volta custa o dobro, cerca de 6€. O primeiro trem Lisboa – Sintra, parte às 6:08 da manhã e o último Sintra – Lisboa, parte às 0:40. Geralmente, saem 4 partidas por hora durante o dia, não é possível comprar ou agendar pela internet, mas sempre existem lugares disponíveis.
*Dica
Se possível alugue um carro, principalmente se você estiver com pouco tempo, as atrações em Sintra, são distantes umas das outras e o deslocamento de Lisboa até Sintra, é bastante fácil pela IC19. Lembre-se, o carro lhe dará liberdade para explorar bem a cidade e a região, sem depender de ônibus ou corridas (caras) de táxis.
Informações úteis sobre a Quinta da Regaleira
Endereço: Quinta da Regaleira – Sintra 2710-567, Portugal
Horário para visitação livre: Janeiro, Novembro e Dezembro (das 10h00 às 17h30) Fevereiro, Março e Outubro (das 10h00 às 18h30) Abril a Setembro (das 10h00 às 20h).
Entrada: 6 euros
*Dica
Para você fazer o passeio tranquilo e sem atropelos, reserve pelo menos meio dia para conhecer a Quinta da Regaleira. O bosque o os jardins do Palácio, além de lindos, são enormes e tem muito o que ver e fazer.
Existe a possibilidade de fazer o passeio com visita guiada, caso lhe interesse, veja os horários e outras informações, aqui! Não esqueça de levar calçado confortável para caminhar à vontade, e uma lanterna para desvendar as galerias subterrâneas.
Onde ficar em Sintra
Em Sintra, ficamos hospedados no Hotel Cosy Sintra, que reservamos através do site Booking.com. O hotel possui um ambiente acolhedor, quartos confortáveis e arejados. A localização é ótima, fica a cerca de 1,7 km do centrinho da vila de Sintra. O aeroporto mais próximo é o Aeroporto da Portela, (Lisboa) a 21 km da propriedade. Saiba mais sobre o Hotel: Clique aqui!
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